quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Entre eu e mim mesma

Vez por outra acontece de eu tropeçar em mim mesma.
Me perco em algum lugar entre minhas vielas mal iluminadas e os pedaços de céu que por mim foram roubados.
Há mais aqui dentro do que se pode esperar encontrar.
Silêncios, gritos, gargalhadas ruidosas, sorrisos macios, dores excruciantes e olhares ternos em mim perambulam, de um lado para outro, de cima para baixo, de dentro para fora, de hoje para ontem, de ontem para agora.
Eu sempre fui assim, ansiosa por ouvir, sedenta por falar. Mas então eu cansei. Por que será que a gente cansa? Cansa da rua, cansa do sol, cansa da sexta-feira, cansa de andar. A gente só não cansa de viver, mas cansa de esperar pela vida.
Cansei de quase tudo. Dos livros pesados, das músicas tristes, das noites que demoraram a passar e dos filmes falados. Enjoei das perguntas difíceis e das respostas enigmáticas. A partir de agora só quero arroz com feijão.
Estou querendo achar um canto pra dormir, longe das luzes da cidade, do vento gelado da madrugada e das perguntas impossíveis. Quero me livrar de mim mesma. Onde é que eu assino para me devolver? Será que a vida aceita devolução?
Que belo disco riscado, não?

Um comentário:

  1. "Give me some air, I just wanna breathe.
    I need to go where the rain is clean,
    Away from the city lights." ♪


    Sei qual é a sensação.

    ResponderExcluir

Gostou deste post? Comente! Sua opinião é sempre bem-vinda!