terça-feira, 16 de novembro de 2010

O silêncio da chuva


Pela janela vejo o leve chuviscar que brota do céu cinza.
A chuva que cobre a cidade nessa terça-feira do mês de novembro é tão fina que nem barulho faz. Ela é extremamente silenciosa. E este silêncio, por incrível que pareça, só é quebrado pelo canto dos pássaros que permanecem nas copas das árvores.

Porém o tempo um pouco gélido não me incomoda em nada. Aliás este até tem suas vantagens. Provavelmente, se hoje estivesse um dia quente de verão eu dificilmente estaria postando algo neste recinto.
Não estou fazendo pouco deste blog. Não.
Mas como é evidente para qualquer pessoa que visitar minhas últimas postagens, não ando muito inspirada à escrever.
Uma querida amiga disse-me que o que eu precisava era afastar-me. Ir para algum lugar distante onde eu pudesse apenas apreciar a paisagem.
Foi o que fiz no feriado.

Fui para o litoral. O céu estava tão cinza quanto está hoje e do mar provinha um vento frio que me rasgava o rosto. Mas apesar disso foi ali mesmo que fiquei, sentada na areia molhada de água da chuva, com os olhos fixos nas ondas que se quebravam ao chegar a praia. Fiquei um bom tempo ali, não sei dizer quanto ao certo. Talvez minutos, ou horas. Bem, a quantidade não importa. Mas sim a qualidade.
E depois de ficar ali por um bom tempo, percebi que minha amiga estava coberta de razão.
As vezes passamos tanto tempo em uma mesma situação que não percebemos que ainda existe mundo lá fora.
A vida é engraçada em alguns momentos. Eu diria até que ela é sarcástica.
As vezes olhamos o outro e o criticamos, sem perceber que ironicamente fazemos exatamente igual, senão pior. Muitas vezes optamos por ficarmos cegos diante de determinada situação ao invés de abrir os olhos para a realidade.
Ou seja, as vezes, somos nós que não queremos enxergar a solução para nosso dilema.
Basta saber se esta cegueira vale a pena. ;)