terça-feira, 21 de junho de 2011

Einstein já dizia...

É engraçado: por mais que nos preparemos para enfrentar uma situação, nós nunca ficamos de fato prontos para ela.
Quando a situação deixa de ser apenas hipotética, tudo muda de figura, e então todos os seus ensaios vão por água a baixo devido ao 'fator surpresa', fator esse que teima em acrescentar cenas para as quais, em suposição nenhuma você teria se preparado, e atribuir aos outros personagens falas para as quais você não tem resposta.
É isso o que dificulta e ao mesmo tempo tempera a vida: o fator surpresa. Ele é o responsável por mudar todo o curso de uma vida, relação, etc, sem nem se quer pedir licença. É graças a essa figura tão presente de nosso cotidiano que tudo é sempre tão incerto. Que 'a única certeza da vida é a morte' já dizia Einstein...
Porém friamente falando, de certa maneira, a incerteza é aquela pimenta que em excesso arde, mas que na medida certa, dá um toque indispensável ao prato.
Aliás, qual seria a graça da vida se tudo nela já fosse certo? É justamente à isso que se deve o fato dela se chamar vida, e não crochê.
E são os momentos cruciais com os quais nos deparamos vez por outra que mostram quem nós realmente somos. Ser isso ou aquilo, na teoria é fácil. Mas são esses momentos que nos dão a oportunidade de exercermos cada um seu 'eu' na prática. São essas situações que te ensinam que você é mais forte do que pensava. São essas situações que te permitem sentir algum orgulho de si mesmo. E acima de tudo, são elas que te ensinam que, não importa quantas vezes te derrubem, você sempre será capaz de se levantar de novo.

"Deves aprender as regras do jogo. E depois, deves jogar melhor que todo mundo." - (um tal de) Albert Eintein


P.S: Normalmente eu não dedico pots, mas...esse eu faço questão de dedicar para a Tata, que sempre opina sobre os meus textos (o que eu adoro). Esse é pra ti Tatinha! Espero ter conseguido te dedicar um texto menos melancólico ok? lol xoxo

Nonsense



Já perdi a conta de quantas folhas por mim foram rabiscadas até aqui. Por alguma razão você me causa um bloqueio criativo, e tudo o que eu escrevo torna-se desprezível e nonsense.

Aliás, tudo o que tem brotado de meus cadernos são dejetos literários. É como se eu só produzisse sucata. A sua sucata.

Eu sempre vi o papel como uma espécie de extensão de mim mesma, mas ultimamente meus devaneios parecem melhores em minha cabeça do que quando passados para o papel. É como se eles perdessem completamente o sentido e a qualidade quando extravazados para o mundo físico.

E o mais estranho é que, de uma maneira inexplicável eles são suscetíveis a você. É como se os seus devaneios afetassem os meus. Às vezes fica até a impressão de que eu parei de escrever para mim e passei a escrever para você.

É como se eu estivesse sem assunto comigo mesma, já que o único assunto que me vem a cabeça não tenho coragem de desenvolver no papel, visto que este provavelmente implicaria a necessidade de se admitir certos fatos que de qualquer forma ficariam subentendidos.


Os sintomas começaram depois que você, da forma menos previsível possível me conheceu.

A abstinência de contato com você talvez seja um excelente remédio, mas e se eu não quiser me afastar? E se eu não quiser abrir mão do pouco que consegui de ti? Você é interessante demais para que eu me permita deixar de te estudar, te conhecer.



Você parece pertencer a algum lugar celeste. Um lugar alto de onde uma queda seria fatal. Curioso. Você me dá carta branca para que eu me aproxime, porém cada vez que eu tento colocar minhas asas para fora para poder te alcançar, sinto como se você as quebrasse.


Bom, sendo assim, já aviso de antemão: eu não sou uma peça de tabuleiro, e também não sei mover uma. Portanto, jogar comigo é jogar sozinho.


"I was just counting on that never happens, I guess I'm dreaming again. Let's be more than this. If you wanna play it like a game well, come on come on, let's play, cause I'd rather waste my life pretending than have to forget you for one whole minute".

terça-feira, 14 de junho de 2011

Rio da lua

É como observar uma daquelas bolhas de sabão que se desintegra ao toque mais sútil .
É como se debruçar na janela e ver aquele céu azul que por você não pode ser tocado.
Certas coisas, independente de nossa vontade, simplesmente não podem ser nossas.

Eu gosto de pensar que as pessoas são como pedaços daquele céu azul e límpido de verão: aconchegantes, inconstantes, sem a opção de serem exclusivamente minhas ou suas, porém ainda assim, com a garantia de estarem sempre por perto, dia e noite.
Não fujo a regra.
Existem pessoas que gostam e até preferem serem dos outros. Não é este o meu caso (e eu espero que também não seja o seu, caro leitor).
Eu apenas prefiro não ser 'tida' por ninguém. Gosto de chegar e sair na hora que bem entendo sem a burocracia que a obrigação de pedir licença gera. Adoro ter infindáveis pedaços de céu sobre mim e gosto de ser um para vários.
A rotina é massante e entedia. As novas coisas é que abrilhantam a vida, tornam-a agradável e boa de ser vivida, e proporcionam à ela a oportunidade de ser um show de improviso no qual o desenvolvimento da peça se dá de acordo com o surgimento de novos fatos, ao invés de consistir apenas em outro longa metragem trash com um elenco podre e clichê, e roteiro previsível sem a mínima coesão ou coerência.
A única chave para se alcançar um filme que ao menos dignifique o dinheiro gasto na bilheteria é ter mente aberta, peito aberto. É por isso que detesto seres humanos possessivos: porque eles não te acrescentam nada. Ao contrário, só subtraem e te privam de se renovar, de ampliar a sua visão de mundo.

Eu sou como o céu: branco, azul, quase negro, escondo-me atrás das nuvens, iluminado. Pairo sobre muitos, mas não pertenço a nenhum desses. De modo que é inútil me prender.

'Two drifters off to see the world, there's such a lot of world to see, we're after the same rainbow's end, waintin' around the bend my huckleberry friend, moon river and me' (Moon River - Audrey Hepburn 'Bonequinha de luxo')