terça-feira, 3 de maio de 2011

Eis a questão



Chega a ser abismante a alienação que um misero par de fones de ouvido proporciona.

Pelo menos para mim, é como se eles fossem um tipo de isolantes do mundo real. Eles são os únicos capazes de me abstrair da realidade em torno.


Todo mundo tem vícios: álcool, culto ao corpo, cafeína, drogas...E eu não fujo a regra. Também tenho os meus...talvez não tão moralmente degradantes, porém também com consequências.


Eu sou uma cética bitolada para quem é impossível não pensar.


O ato de pensar me entorpece mais do que qualquer substância ilícita conseguiria, e as respostas achadas para as minhas infindáveis perguntas causam-me um êxtase indescritível...

Eu não consigo aceitar respostas prontas nem finjí-lo.

É claro que pensar com a própria cabeça tem vantagens, porém como tudo na vida também resulta em algumas desvantagens.

Às vezes eu escuto de uma querida amiga que por sinal adora filosofar comigo sobre questões existenciais nas aulas de química (não, esta não integra o grupo das minhas matérias prediletas), que o meu problema "é que eu penso demais..."


Acho que você tem razão minha cara.


Entretanto, eu acho um preço justo a se pagar, afinal, não dá pra fazer omelete sem quebrar os ovos. É impossível adquirir unicamente um lado da moeda. Se a moeda vale a pena, você terá que carregar consigo a cara e a coroa. Não dá pra escolher um lado e arrancar o outro.

E de certa forma, eu não vejo nenhuma vantagem na abstinência de sinapse.


A única diferença de nós para os outros quadrúpedes do mundo animal é justamente a capacidade de pensar (esse é o quesito que nos difere de um lêmore).

Portanto, devemos aproveitar essa dádiva, e não derramá-la no ralo, e esperar que ela escoe.

Aliás, quão bom seria se ao menos a maioria das pessoas usa-se pelo menos 25% da capacidade cerebral...O mundo seria tão melhor...


"A maioria não pensa.

E quem pensa não fala." - Vanessa Martins

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