sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sem título


Eu tinha alguns tópicos em mente para o post de hoje, mas resolvi mudar meu texto.
Uma querida amiga me contou ter perdido nesta semana alguém muito especial para ela. Eu não conhecia este alguém que ela perdera, mas eu sou uma pessoa que tem muita empatia, e eu tenho muita facilidade em sentir a dor do outro, e isso me fez ficar chateada, dolorida por dentro.
Muitas vezes falamos da morte, assim como das coisas ruins da vida, de forma fria, como narradores-observadores ao invés de personagens. Eu sei que a morte é o destino da vida, e que nenhum de nós escapará dela, mas quando você é o protagonista que vê um personagem importante da sua história morrer, ou vê alguém importante para você sofrendo com a perda de outro alguém, a morte deixa de ser tratada de forma fria, e por mais que você já tenha refletido sobre o assunto, é impossível se manter racional ou dizer racionalidades ao afligido pela dor da perda.
E você quer fazer a alma do afligido parar de latejar, parar de doer, mas não encontra palavras para ocupar o silêncio.
Eu descobri que nessas ocasiões, o melhor a fazer é se calar e deixar que o afligido fale, afinal, não há consolo para a morte.
Quando você vê o parente de alguém muito doente, o melhor a dizer é que o enfermo vai melhorar, e muitas vezes isso ajuda a apaziguar o espírito deste alguém, que muitas vezes se vê de mãos atadas. Mas quando uma alma já foi perdida, é impossível consolar a alma que se sente incompleta sem a que se foi.
A morte é fácil para quem vai, mas difícil para quem fica.
Portanto, se em sua boca não houverem mais palavras depois do "sinto muito", se cale, e apenas abrace o afligido, e fique ali, ao seu lado. Muitas vezes, a presença não consola, mas o preenchimento da solidão ameniza o sofrimento.


Um comentário:

  1. Oii (: eu gosto muito do seu blog, mas fazia um bom tempo que não passava por aqui. Gostei desse post, parabéns.
    São coisas difíceis de lidar, a morte.. a dor. Mas Deus da mais esperaça para aqueles que tem uma sensibilidade maior, como você, e acredito que eu também.

    Beeijos :*

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